quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Viver é uma paleta de escolhas

Os olhos custavam a abrir. Mais pareciam portas de comércio decadente. E, antes mesmo de ver a primeira imagem do quarto, senti que o humor estaria mais nublado do que ontem. Talvez com nuvens mais opressivas. Semiacordada, senti que hoje, outra vez, doeria (um pouco mais) existir.

Melancolizo eu!
Acinzenta tu!
Spleenizai vós!

Mas, houve uma frase que me encorajou a ir lá ensaiar a viver reinventadamente: pois, se o dia é a mesma coisa ou um bocado diferente é responsabilidade única e exclusivamente minha.

Viver é uma paleta de escolhas!

Depois deste sussurro, desta voz que me disse sabe-se lá de onde, resolvi pouco a pouco escolher tonalidades que me auxiliassem no movimento: dos pés até às ideias. Devagar e hesitadamente, vou furtacolorindo as minhas horas, pondo luz e sombra no meu dia para finalmente tentar viver melhor comigo. Ok, corro o risco de borrar ou de optar por combinações desfavoráveis ao conjunto da obra. Mas, na verdade sei que tudo isso não passa de um interminável esboço amador... Estou aprendendo como é que se faz e tudo bem se não acertar de novo. Para isso não precisa haver pressa.


Num oferecimento de Angelika Kauffamann - pintora suíça do século XVIII que acabo de conhecer e de virar fã!




segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

I

Eu adoro pensar-te
em missais,
amores e cruzes
rosários e promessas
confissões e ostensórios
Incensários
na palavra cálida de teus lábios com os meus
Em comunhão.