domingo, 29 de abril de 2018

Trova do campo

A João Antonio Pires, meu pai.



A lágrima que escorre percorrendo não é de quentura triste.
Desta vez, cálida, molha meu rosto de um fino caminho ritmado
lentidão reta que, nem portanto sabendo do abismo para o qual se precipita,
desiste de umedecer minha face.

Nessa gota longínqua, do tamanho do meu pequeno rosto e do grande dos olhos,
cabe tanta música de saudade
cabem riachos, estradas de fim incerto, canções, melodias de um inocente céu estrelado.
cabe rima cujos versos só eu mesma entendo
mas que, na verdade, eu sempre ouvira.

 Agora sinto compreendendo - da amplidão de todo amor,
A síntese da sua poesia.
que é luar, árvores, canção
e que é fonte a da minha.

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