quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Devaneios

 Estar mais consciente de minha inerente condição de exílio... Optar por ela. Conhecê-la mais a fundo.

Desde que me conheço por ser, conheço bem os aspectos sombrios e dolorosos dessa jornada. Sempre me deixando envolver somente pelas sombras, sem que calmamente eu optasse por conhecer novs aspectos dessa experiência. Outros silêncios chegam agora até mim.

Ficar na autocompanhia, como ensina Montaigne. Só que sem teorias. Ora absurdada, ora esclarecida, ora temerosa,  ora triste, ora brava, ora renascida. Conhecendo em mim o que um dia conheci lendo.

Talvez algumas maravilhas incandescentes aparecem-me num instante. Os ramos festivos dos pinheiros. Seus velhos braços familiares revisitados sob ângulos nublados, frescos, internos... Por que perder isso? Não! Agora insisto em esperar e continuar meus movimentos neste percurso.

Reassumir apressadamente personagens infantis e sênis, sob o teto conhecido do meu lar talvez seja desertar. Pois optar por  única via, talvez me seja restringir.

Opto por reverenciar a exilada. A que anda, caminha, a que vaga, vaga aprendendo-se no mundo que é grande. Tão grande! Tão vasto. E passageiro em meus recônditos.

Aceito solenemente, a dádiva doidivanas
do que sou!


Obrigada por brincarem comigo.

Araraquara, 22 de setembro de 2022

                                                     

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