"As plantas ensinam mais suaves coisas.
Elas mesmas não resistem à grandeza do oceano, e entram numa triste melancolia,
feridas pelo vento implacável das praias,
e oprimidas por esse ambiente salino que o mar propaga tão alto e tão longe."
(Cecília Meireles - "Nossas irmãs, as plantas")
No coração, o mar
Revoltou-se de repente. Pois um ciclone inesperado soprou muito forte.
E a grande onda se precipitou sobre ele. Este coração de criança no jardim de sol, sombra e babosas.
Assustado, mas, corajoso
O coração bateu muito forte. Desesperado. Como um galope cego na estrada da noite sem cor.
Bateu forte
e forte
gritou, entoando o nome do Mestre da Luz de mãos abençoadas e benfazejas.
Gritou seu nome, mesmo se afogando de medo.
O coração botou pra fora de casa o terrível monstro marinho, que nada tinha a ver com seu jardim de infância.
Bastante molhado de sal, ele espera o sargaço diminuir
e, aos poucos, as plantas e as flores retomarem seu curso cíclico e colorido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário