domingo, 20 de março de 2016

Peripatética



Os alfinetes líquidos daquela noite cinza,
Enquanto sob o capuz das minhas dores
Meu tórax se abria
E se deixava ver a imensa colisão de cicatrizes
Que se mostravam como carnes expostas
Músculos de cansados abandonos

Sós os olhos percorriam a reta debaixo da chuva
Quedas venenosas dos cubos de gelo
Resfrio
Gélido pesar
Dos que persistem pelas ruas solitárias.

O suor é negro.,. a pele tem lembranças de lágrimas desconhecidas.
O branco dos olhos é pérola vermelha.
Sou a solidão que acabou de se casar com a tempestade.
E o que é de mim somente anda olhando para frente

Obstinada.

 

Fonte da Imagem: http://pedroguimaraesart.com/alfinetes/

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