domingo, 14 de agosto de 2016

Minha veia atlética (desde sempre entupida)

Embalada pelos jogos olímpicos no Brasil, tomei a decisão (blefe de firmeza!) de revelar, desde a época do Jardim da Infância, todo meu talento para as atividades esportivas, ou seja: nenhum.
Como foram várias as modalidades nas quais pude expor todo o malogro dos "meus movimentos friamente calculados"(o grande atleta Chapolin), dividirei o recorde de todos os fracassos em eras! Assim, talvez o texto fique mais ilustrativo.


                                       



No Pré-Primário, eu era muito ruim nas aulas de dobradura! Ah, mas, estamos falando de esporte, não é? Pois então... No Pré-Primário, a professora - uma simpática e impaciente senhora que vinha dar aula em cima de sandálias de salto alto - costumava nos levar até o pátio do Grupo Escolar para praticar alguns jogos. Se não fosse pela roda de crianças sentadas para o "Lenço atrás", aqueles jogos pra mim já seriam o prenúncio do pesadelo vivido nas futuras aulas de  Educação Física.

Hoje, da baixa estatura dos meus 37 anos, confesso que naquela época eu desejava muito que alguém deixasse o lenço atrás de mim! Pois era lindo ser escolhida para aquela espécie de prêmio! Mas, como o momento da grande comoção demorava a chegar (ou nem chegava), eu me distraía olhando o céu ou observando algo mais interessante: a forma curiosa de alguma sombra na parede, por exemplo.

Pra falar a verdade, eu achava o máximo do ideal da beleza receber um lenço deixado por alguém! (Ainda que pelas costas). Mas, como era cansativo ter de correr atrás daquela criança desgovernada! Além da corrida descomunal, aconteceria algo muito pior: eu iria suar! Ninguém compreendia que me incomodava o meu pegajoso! E mais: o meu pegajoso com o pegajoso do outro formavam uma placa molhada inconveniente difícil de suportar! Definitivamente, a brincadeira do lenço perdia seu élan! Talvez se o jogo consistisse em agradecer a cortesia e devolver o lenço numa contradança! :D Mas, correr?? Eu passava essa!

No "Queima" (era assim que falávamos, já ouvi o nome de "Queimada") eu até tentava me concentrar um pouco mais! Tudo bem, a bola só podia pegar nas mãos ou no pés. Mas, ao cabo de uns 10 minutos, vinha aquela bolada em qualquer centímetro cúbico do corpo que não as mãos ou os pés! Resultado? Me mandavam para o cemitério!
Olha, até que não era ruim ficar lá! Contanto que não me chamassem a atenção porque eu estava distraída com a poeira que saía dos pedregulhos! Eu não entendia como ninguém notava o barato de bater os pés nas pedrinhas (naquelas pedrinhas pretas que às vezes encontramos em estacionamentos). Do atrito delas, saía uma fumacinha genial! Era o máximo! Aliás, eu não estava no cemitério, gente? Tinha que haver sei lá algo de sobrenatural! Pois a fumacinha era proibida no cemitério chato daquele jogo e, além do fastio, eu tinha que ouvir as broncas da professora: 
"-  Marcinha! Presta atenção no jogo!! Marcinha!!!!" 





                               
                                                                                

Na quarta série, começamos a ter aulas de Educação Física com uma professora muito brava! Da classe, eu podia ouvir os gritos dela com as outras turmas, coitadas! "Serena desesperada" como Cecília Meireles :D, eu sabia que muito em breve eu iria ter que enfrentar aquele leão! Ou melhor, aquela leoa!

                                                            (Cenas do próximos capítulo)

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