quarta-feira, 10 de maio de 2017

Variações

Houve muito vento.
Vento. Vento forte. Ventania!
De uma ventania de bater janelas velhas e moças.
Foi como contemplar a força da natureza enquanto descontrole.
Pobres folhas tenras... pobre renda portuguesa... pobres folhas sem nomes... pobres folhas secas e bastardas.
E de ventania fez-se ciclone às vezes. Girando casas e vacas. Vitrolas, moscas desavisadas e também passarinhos.
Meu cata-vento manco. De pás inválidas.
Poeira. Terra ainda cobrem os olhos de fuligem
e os olhos fixos de braços cruzados.
É como contemplar a beleza das tempestades. A beleza dos furacões transtornados pelo efeito concomitante das brisas.
E o galo dos ventos não anuncia a hora.
E a rosa dos ventos fica zonza com tamanho barulho de sopro.

Houve muito vento.
Vento. Vento forte, vento havia.
E ainda há tempestades de papel de seda
com toda a escrita.

"Tempête de neige et mer" - William Turner

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