quarta-feira, 22 de junho de 2016
Teatro de rua.
Decididamente hesitante,ia eu caminhando pela alameda da escrita - esboço vestido de consoantes e vogais desenhadas.
Quando, súbito, uma tentação me atravessa altiva, em marcha sobre o pavimento. Atrás dela, ia o cortejo das dissipações, numa espécie de procissão de muitas indolências de saias e sapatos de fiéis envernizados.
Esperei que passassem - mui respeitosamente.
Como antigamente, quando os comerciantes baixavam a porta de seus negócios para a procissão da Sexta- Feira da Paixão, baixei meus olhos. E, circunspecta, esperei que passassem.
Eram muitos, várias cabisbaixos.
Somente a tentação ia na frente resoluta e imponente.
Respirei fundo até que todo o longo cortejo desfilasse aquele luto, para mim falso e incompreensível.
Depois, voltei a caminhar pela alameda da escrita, impressionada com a argúcia de tudo aquilo que me impedia de atravessar.
Pobre dos meus primeiros e pueris projetos ...
Fonte da imagem: http://www.lamarotte.fr/?page_id=392
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